O Palácio de Mafra com os seus famosos carrilhões, de 102 sinos, avistam-se de longe e é um marco incontornável da vila.

Mandado construir por D. João V, na primeira metade do século XVIII, em cumprimento de um voto para obter sucessão do seu casamento com a rainha D Maria Ana de Áustria. Após 3 anos de casamento e ainda sem filhos, prometeu aos Frades Franciscanos um convento, em Mafra, caso as orações para um herdeiro se concretizassem , o que veio a acontecer com o nascimento da princesa Maria Bárbara.

A direcção da obra coube a João Frederico Ludovice, ourives e engenheiro militar alemão. O projecto inicial previa um convento para 30 frades franciscanos que depressa se ampliou receber 300. Na verdade a obra correspondeu a um convento franciscano, uma basílica e 2 palácios, um destinado ao rei outro à rainha ligados por um corredor com 232m.

A primeira pedra foi colocada em 1717. À medida que a obra cresce, fruto do trabalho de 45.000 trabalhadores e alimentada com o ouro proveniente do Brasil, vai sendo moldada de forma magistral e imponente. A Basílica de puro estilo barroco italiano é inaugurada a 22 de Outubro 1730, um domingo e dia do aniversário do rei D João V.

D. João V assegurava o financiamento do Convento, garantindo o seu sustento. Consta do gasto anual do convento: 120 pipas de vinho, 70 pipas de azeite e 600 cabeças de vacas. Cada frade recebia no Natal e dia de S. João, as suas “propinas” assim como 2 hábitos por frade, burel e tabaco.

Reza a história que houve um constrangimento geral por o preço do carrilhão ser demasiado elevado para a época, principalmente para um país tão pequeno como Portugal. D João, um dos monarcas mais ricos do seu tempo, ter-se-à sentido ofendido sobre a possibilidade de não ter capacidade financeira para o comprar, pelo que encomendou dois.

D João V não olhou a meios, contratando à época alguns dos maiores e melhores mestres italianos e portugueses.

Porém a vida da corte de D João V em Mafra não gozou de grande longevidade dado a morte do monarca em 1750.

O seu sucessor D João VI, instalou a corte em 1806 – 1807, data em que partiu para o Brasil após a invasão de Napoleão Bonaparte. Foi nessa altura que as tropas francesas se instalaram no palácio, sendo substituídas pelas tropas inglesas que aí permaneceram até 1826.

O palácio nunca foi residência permanente da Família Real embora tenha sido utilizado para várias celebrações e eventos e quando esta vinha caçar na Tapada.

Foi no torreão sul que o último rei de Portugal, D. Manuel II, passou a sua derradeira noite, de 4 para 5 de Outubro de 1910, antes de partir para o exílio a quando da implantação da República.

Um monumento, protagonizado no Memorial do Convento de José Saramago, que merece a sua visita. Com 1200 divisões que se rivalizam em beleza e imponência: A botica, destinado para preparação e armazenamento de medicamentos; a Sala de Diana com a deusa pintada no tecto; a Sala de Audiência ou Trono; o Torreão Norte, aposentos do rei; o Torreão Sul, aposento da rainha; sala de Caça onde todo o mobiliário é feito com hastes de animais que ainda hoje existem na Tapada; a biblioteca e a enfermaria

O Palácio Nacional de Mafra possui uma das mais belas e completas bibliotecas do mundo. Com um valioso acervo de 36 mil volumes que datam dos séculos XV a XVIII, sobre temáticas tão diversas como teologia, direito canónico e civil, história, geografia, matemática, arte, música e medicina. Além de guardar uma importante colecção de bíblias raras

O Papa Bento XIV, em 1754, concede ao rei de Portugal a autorização de incluir no seu acervo os livros proibidos pelo index (índice de livros censurados pela Inquisição).

Nesta biblioteca reside uma colônia de pequenos morcegos, ativos protetores destas obras de arte, que se alimentam dos insetos invasores

Consta que foi nesta biblioteca que D. Miguel e o futuro D. Pedro IV aprenderam , em pequenos, a andar de patins.

Palácio Nacional de Mafra possui uma enfermaria com 16 camas que eram destinadas aos doente mais graves. Frades enfermeiros davam assistência a estes doentes que eram diariamente visitados por médicos e sangradores.

Junto cada cama era afixada a receita prescrita pelo médico para que esta pudesse ser acompanhada pelos pacientes e cuidadores.

A disposição especial das camas permitia que estas pudessem ser arrastadas facilmente para o corredor central de modo que os doentes seguissem o serviço religioso celebrado num altar localizado num dos extremos do espaço.

Cada quarto era composto por uma cama, uma mesa com gaveta, um cabide para a roupa e numa reentrância na parede era guardado um bacio e um assento para as visitas

A Basílica forma o eixo central e é parte da fisionomia do Palácio Convento, ladeado pelas torres sineiras.

Concebida em estilo barroco italiano por Ludovice, sendo toda em pedra de liós, da região. O zimbório com 5m de altura, foi a primeira cúpula construída em Portugal.

A Tapada de Mafra, criada em 1747 esteve sempre ligado ao Palácio, tendo surgido como espaço de recreio venatório do rei e da corte

Mafra, pela sua proximidade à Corte em Lisboa, constituiu, a par de Salvaterra de Magos, área privilegiada de caça dos reis e rainhas da Casa de Bragança, nomeadamente D. João V e D. José I, assim como D. Maria I e D. João VI, D. Pedro II, D. Fernando, D. Luís e D Carlos.

Hoje em dia a Tapada de Mafra é um local de eleição para passeios de fim de semana em família e acções de educação ambiental.

Aqui poderá ver gamos, veados, javalis, raposas, coelho bravo, texugos, genetas, doninhas e ouriços caixeiros. O percurso pode ser feito a pé seguindo um dos diversos trilhos marcados, de bicicleta, a cavalo, de charrete ou no comboio que percorre a tapada.

Poderá ainda assistir a um espectáculo de aves de rapina, muitas recuperadas pelo próprio centro e ficar a saber tudo sobre apicultura. Outras atividades incluem tiro ao arco, piqueniques, birdwatching e treino de voo com as magníficas aves de rapina

Existe ainda na Tapada um Museu dos Coches e das Carruagens, disponível nas visitas com guia, e pode ainda ver o Pavilhão de Caça do Rei D. Carlos, que servia de apoio às caçadas reais e onde a Família Real descansava das longas sessões no encalço dos animais.

Um dia diferente em contacto com a natureza e que ficará para sempre na sua memória e dos seus filhos

Uma aldeia típica em miniatura criada pelas mãos do mestre oleiro José Franco

Em sobreiro, uma aldeia que se situa entre Mafra e a Ericeira encontrará, a Aldeia Museu José Franco, uma aldeia em miniatura que fará as delícias de miúdos e graúdos. Testemunho do modo de viver das gentes locais.

Com réplicas em tamanho real das antigas oficinas e lojas, espaços vividos, decorados e apetrechados com objecto reais de outros tempos.

Nada falta a esta encantadora aldeia: a carpintaria, a ferraria, uma mercearia, a adega, a escola, o barbeiro ou dentista e outras infraestruturas para as diversas atividades intrínsecas à vida camponesa da região de Mafra

Encontrará também as pequenas aldeias, em miniatura, moldadas em barro por José Franco. Parecem presépios, aldeias de brincar com figuras rurais movidas a água ou electricidade. A vila da Ericeira e o dia dia de uma vila saloia, em todo o seu pormenor e tipicidade.

Possui ainda um parque infantil e um padaria em que se faz um delicioso pão com chouriço

Malveira, também conhecida por Malveira dos Bois, é uma freguesia rural do concelho de Mafra, a região saloia, de terrenos férteis e longa história agrícola, que abastecia a região de Lisboa

Todas as quintas feiras nela decorre a famosa e das mais antigas feiras do país. Inicialmente instituída para compra e venda de gado bovino, hoje transaciona todo o tipo de produtos: Ferramentas e alfaias, produtos hortícolas, aves, pão e bolos regionais, queijos e enchidos, roupas e mobiliário.

Uma terapia aos sentidos. O cheiro da terra e fruta acabada de apanhar, os irresistíveis pregões que o fazem sorrir

O Fradinho – Uma queijada tradicional de vila feita de ovo, amêndoa e feijão. Vendido na pastelaria com o mesmo nome.

O irresistivel pão de Mafra. Servido quente com manteiga são das coisas simples de vida que confortam e deliciam

Se gosta de pratos de caça, faça a uma visita ao restaurante Sete Sóis que serve veado, javali, faisão e perdizes