Aldeias Históricas de Portugal

Aldeias Históricas de Portugal

Ao procurar as Aldeias Históricas no mapa de Portugal nada mais aparece do que 12 pequenos pontos, no entanto, pela sua posição estratégica, estas pequenas grandes aldeias consolidaram e mantiveram as Fronteiras de Portugal

Desde D. Afonso Henriques a D. Dinis, que assinou o contrato que viria a estabelecer a Fronteira com Espanha (hoje a mais antiga da Europa), muitos foram os Reis que ofereceram privilégios a quem se fixasse nestas terras para combater o inimigo e proteger o reinado

Por cada dura victória era erguida uma capela ou igreja, lendas eram criadas e novas casas construídas com as pedras da região. As rochas que não eram passíveis de ser removidas eram integradas nas paredes da casa que combinadas com as janelas pintadas de encarnado ou azul dão carácter e beleza.

O encanto e magia da Beira Portuguesa transparece ao longo das 12 Aldeias Históricas que se uniram para promover o turismo e desenvolver a região. São elas: Almeida, Belmonte, Castelo Mendo, Castelo Novo, Castelo Rodrigo, Idanha a Velha, Linhares da Beira, Marialva, Monsanto, Piódão, Sortelha e Trancoso

Venha connosco conhecer as magníficas 12 Aldeias Históricas de Portugal

Guia das Aldeias Históricas de Portugal

Castelo Novo

The pillroy in the Historical Village of Castelo Novo, in Portugal

 

Sobre Castelo Novo

Protegida pela Serra da Gardunha, no Fundão, a Aldeia do Castelo Novo foi doada, em testamento, por D Pedro Guterres à Ordem dos Templários. A aldeia cresceu em torno das suas muralhas, entre ruas sinuosas e graníticas onde se destacam os solares a paredes meias com casas modestas de portas e janelas coloridas. Várias fontes embelezam e refrescam esta pequena aldeia cuja água escorre pelas ruas e vielas, não fosse este local escolhido pela fábrica das Águas do Alardo.

 

O que fazer em Castelo Novo

Historical Village of Castelo Novo, in Portugal with its castle in the foreground

O Castelo  – Acessível através de um moderno passadiço em ferro, permite visitar o que resta do Castelo concedido por D. Sancho I ao alcaide D. Pedro Guterres, em 1202. De arquitectura gótica e manuelina tem planta irregular, pois assenta sobre um afloramento rochoso

Bell tower in Castelo Novo in Castelo Novo, Portugal

Torre Sineira – Antiga torre de menagem faz parte das muralhas do castelo. Foi adaptada a campanário de Igreja, apresentando actualmente sinos e um relógio

Historical Village of Castelo Novo, in Portugal with its magnificent fountains

Antigos Paços do Concelho – Edifício de funções políticas e administrativas. Distingue-se pelas  suas arcadas e planta longitudinal de 2 andares. O piso térreo servia como cadeia e o piso superior de salão camarário

Dom João fountain in Historical Village of Castelo Novo, in Portugal

O Chafariz de D. João V –  Conjunto barroco de grande ostentação que homenageia a doação real alimentada pelo ouro do Brasil durante o reinado de Dom João V

Historical Village of Castelo Novo, in Portugal featuring the town square

Pelourinho – Provavelmente do século XVI, de estilo manuelino. Os ferros de sujeição no topo representam cabeças de serpentes. O remate do Pelourinho apresenta uma peça com a Cruz de Cristo, o Escudo Nacional, a esfera armilar e motivos vegetais

Aldeias historicas - Atelier das Histórias Criativas (Creative Stories Workshop)

Atelier de Histórias Criativas – Visite a Galeria Manuela Justino e conheça o projecto “Histórias Criativas”. Um projecto muito bem conseguido entre as Aldeias Históricas de Portugal em parceria com os municípios. Lendas das 12 aldeias foram compiladas num livro “Lendas da tua História” e Ana Almeida idealizou bonecos de trapos baseado nessas mesmas lendas

 

Parish church in Castelo Novo, a historical village in Portugal

A Igreja Matriz – A Igreja Matriz é dedicada à Senhora da Graça, cujos muros brancos contrastam com as formas barrocas das janelas e portais de granito.

Historical Village of Castelo Novo, in Portugal

Capela do Senhor da Misericórdia  – Sabe-se que foi construído com o dinheiro proveniente das doações,  venda de ervas medicinais recolhidas na serra e donativos da fidalguia da aldeia.

The Bica Fountain in the Historical Village of Castelo Novo, in Portugal

O Chafariz da Bica – Ao entrar na aldeia de Castelo Novo depara-se com o Chafariz da Bica. Construído no século XVIII e de influência barroca ostenta o brasão de D. João V

The Lagariça, a wine press in Castlelo Novo, a historical village in Portugal

A Lagariça – A Lagariça é um lagar de vinho comunitário que remonta aos séculos VII e VIII. Composto por 2 pias em que as uvas eram pisadas na pia superior maior, correndo depois o mosto para a pia inferior.

River Beach in Castelo Novo

Praia Fluvial – As refrescantes águas da Ribeira de Alpreade criam uma pequena praia fluvial onde há um relvado com palhotas e mesas de merenda

Atelier das Histórias Criativas (Creative Stories Workshop) by Ana Almeida

Lenda de Belisandra e a praga dos gafanhotos

Belisandra era uma rapariga acusada de bruxaria. Contava-se, pela aldeia, que ela controlava o sol e a chuva, curava doenças, e ensinava a melhor maneira de conceber filhos varões. Vivia na companhia do seu gato, perto da aldeia de Castelo Novo e era consultada em segredo já que em público todos se afastavam dela

Um dia uma praga de gafanhotos cobriu o céu ameaçando as culturas. O povo na sua aflição recorreu a Belisandra que aconselhou a fazerem uma procissão a Nosso Senhor da Misericórdia. Reza a lenda que ainda a procissão ia no adro e já os gafanhotos caiam no chão

Ainda hoje se faz a procissão no primeiro fim de semana de Setembro

The beautiful Historical Village of Castelo Novo, in Portugal

Esperamos que tenha gostado desta visita a Castelo Novo e que prossiga o seu caminho, na nossa companhia,  para outra Aldeia Histórica

Castelo Mendo

Castelo Mendo an historical Village in Portugal

 

Sobre Castelo Mendo

A aldeia de Castelo Mendo e o seu Castelo, erguido na primeira metade do século XIII, durante o reinado de D. Sancho II (1223-1248), tiveram uma função defensiva face à rivalidade com o reino de leão. O foral atribuído data de 1229 e há registo de uma feira franca desde essa altura.

A aldeia medieval de Castelo Mendo divide-se em 2 núcleos. A igreja e o Castelo integram o Burgo Velho, de forma oval. O Burgo Novo, mais irregular, com ruas estreitas, integra a malha urbana dos séculos XIV a XVII. As casas são geralmente de 2 pisos, em que o piso térreo destinava-se ao gado e o piso superior à habitação

Hoje, Castelo Mendo conserva ainda a sua traça antiga, com casas de janelas manuelinas e varandas alpendradas.

 

O que visitar em Castelo Mendo

The Castle door in Castelo Mendo in Portugal

Castelo – O Castelo foi construído no século XIII-XIV. No extremo sul da cidadela permanece uma porta que conduzia à parte mais antiga do castelo.

The church n Castelo Mendo an historical Village in Portugal

Igreja de Santa Maria do Castelo – Apesar da ruína em que a Igreja se encontra ao subir a pequena escadaria entra-se num mundo mágico. Conserva pouco mais que as paredes, a base do púlpito e uma escada, no entanto, esta igreja a céu aberto é fascinante e transporta-o para uma outra dimensão.

Ancient Domus Municipalis in Castelo Mendo in Portugal

Antiga Domus Municipalis – O edifício que englobava a Cadeia, o Tribunal e a Casa da Câmara. Hoje alberga o Posto de Turismo e é onde funciona o Museu do Tempo e dos Sentidos, dedicado à agricultura

Castelo Mendo an historical Village in Portugal

A história de Mendo e Menda – Na fachada da antiga Casa da Câmara encontrará a figura esculpida de Mendo. Do lado oposto, na parede de uma casa rústica a figura de uma mulher, a Menda. Há quem diga que ambos viveram uma grande paixão, em silêncio, através da contemplação mútua.

Pelourinho – O largo principal tem a Igreja Matriz e ao lado está o pelourinho. É o mais alto de Portugal ao atingir sete metros. Termina com um capitel em formato de gaiola.

The Porta of Berrões, where there are two Celtic pigs in Castelo Mendo, Portugal

A porta dos Berrões, onde existem dois berrões celtas – Os Berrões são estátuas esculpidas em pedra granítica, com figuras zoomórficas. As figuras mais frequentes são as de porcos machos. O vocábulo berrão foi inspirado no termo usado para designar os porcos não castrados.

O que Saborear

Experimente a Bola Parda, uma delicia que aparece na altura do Natal

Castelo Mendo an Historical Portuguese Village

Obrigado por visitar Castelo Mendo com holiday-active.com

Almeida

Almeida , uma aldeia histórica em Portugal

 

Sobre Almeida

Situada num planalto sobre o Rio Côa, Almeida foi palco de diversas guerras entre Castelhanos e Portugueses, sendo conquistada em definitivo por D. Dinis em 1296.

Várias reestruturações e ampliações das fortificações foram feitas nomeadamente por D. Dinis e D. Manuel mas foi em 1640 que a grande fortaleza abaluartada em forma de estrela foi erguida. São 2500 metros de muralhas com a forma de uma estrela de 12  pontas, que permitia fazer fogo cruzado, e ainda rodeada por um fosso de 12m de profundidade e 62m de largura. Tal engenharia militar conseguiu fazer frente às investidas dos exércitos espanhóis durante as Guerras da Restauração da Independência

A explosão do paiol em 1810, por altura das Invasões Francesas arrasou parte da vila. O cerco de Almeida começou a 24 de julho e por mais de um mês foi eficaz até que os Franceses decidiram bombardear de forma constante a localidade, lançando mais de 6 mil granadas. Por infortúnio uma atingiu um barril de pólvora, provocando a explosão de todo o paiol originando um mar de chamas. No meio desta catástrofe, milagrosamente, começou a nevar abafando as chamas devoradoras. Sobre os destroços apareceu a imagem de Nossa Senhora das Neves.

Hoje há recriações históricas do Cerco de Almeida no último fim de semana de Agosto. A Casa do Traje disponibiliza trajes da época para que cada visitante faça parte deste evento e até há uma moeda própria do evento para trocas comerciais

 

O que visitar em Almeida

 

Portas de entrada em Almeida, uma aldeia histórica em Portugal

Portas de entrada em Almeida – As portas gigantes, muitas vezes duplas, de Almeida protegiam a aldeia em caso de ataque, e abrigo dos soldados que ai serviam, por isso no interior encontrará grandes lareiras e no exterior uma latrina de pedra.

Portas de S. Francisco ou Portas da Cruz em Almeida Portugal

Portas de S. Francisco ou Portas da Cruz – São estruturas duplas, abertas em túnel, aos quais se acede por pontes de alvenaria. Defendidas por revelins, resistiram às cargas explosivas. Em cima estão representadas as armas reais

Como a praça é uma cintura de muralhas, a comunicação com o exterior só poderia ser feito através desta porta e da de Santo António

Muralha da fortificação de Almeida Portugal

Muralha – A fortificação remonta ao período imediatamente posterior à restauração da independência e ao receio de uma resposta Castelhana. A planta apresenta um forma hexagonal e começou a ser construída em 1640 terminando quatro décadas depois

Quartel das Esquadras em Almeida, Portugal

Quartel das Esquadras – Mandado erigir pelo Conde de Lippe (reorganizador do exército português)  no séc. XVIII, este edifício de características barrocas serviu como Quartel de Infantaria. Na sua fachada ostenta brasão real.

Ruínas do Castelo Almeida, Portugal

Ruínas do Castelo – Do castelo medieval entretanto destruído restam apenas os alicerces e o fosse original. De planta subquandrangular era defendida por torreões circulares. Erguido provavelmente no tempo de Dom Dinis.

O castelo foi um dos mais elegantes e famosos da raia. Nas terceiras invasões Francesas uma violenta explosão destruiu-o

Visite o Visitar o Picadeiro d’El Rei em Almeida Portugal

Visitar o Picadeiro d’El Rei – Um picadeiro bem conservado que oferece aulas de volteio e sela. Promove passeios a cavalo ou em charretes pela aldeia com uma breve explicação histórica dos vários locais por onde passam

Casas da Roda dos Expostos em Almeida Portugal

Casa da roda dos Expostos – No século XIX foram instituídas as Casas da Roda dos Expostos, as quais desempenharam um papel social fundamental no acolhimento das crianças abandonadas. Situada estrategicamente na rua da Muralha, junto a uma porta, esta janela possui um mecanismo giratório que faz com que quem recebe a criança não veja quem a lá colocou

Cemitério de Almeida, uma aldeia histórica portuguesa

Cemitério – O cemitério com ar abandonado, junto à torre do relógio, detém-nos e retira-nos qualquer tipo de presunção que possamos ter com a sua inscrição sobre fachada

“Ó tu quem quer que és. Repara como eu estou. Eu já fui como tu és E tu serás como eu sou”.

Carpe diem

Museu Histórico Militar de Almeida, Portugal

Museu Histórico Militar de Almeida – Conhecido como Casamatas ou Quartéis Velhos, o museu localiza-se no subsolo do Baluarte de São João de Deus. São vinte casas subterrâneas que serviam de alojamento da Infantaria, hoje contêm o testemunho bélico dos povos que aqui passaram

 

O que Saborear

 

Ginginha da Almeida

Ginjinha de Almeida – Na pequena Casa da Amelinha, fundada em 1883, encontrará esta delícia.

Castelo Rodrigo

Castelo Rodrigo, um aldeia histórica em Portugal

 

Sobre Castelo Rodrigo

A aldeia de Castelo Rodrigo foi uma terra cuja governação foi repartida entre os dois lados da fronteira.

Uma povoação medieval fundada por Afonso IX de Leão após a conquista do território de Riba-Côa aos muçulmanos, fazendo parte de um conjunto de fortificações ao longo da margem deste rio

D. Dinis, conquista Castelo Rodrigo ao monarca leonês e mandou reconstruir o seu castelo e a cintura amuralhada
Castelo Rodrigo durante a crise dinástica de 1383-1385 jurou fidelidade ao partido Castelhano e à herdeira Beatriz recusando a entrada ao Mestre de Avis. Posteriormente D. João I ordenou, por punição, que Castelo Rodrigo passasse a ostentar as suas armas reais com o elmo invertido, símbolo de Brasão Difamado.
Com a subida ao trono de Filipe I, o monarca oferece ao seu secretário, Cristóvão de Moura, natural da terra, o título de Conde de Castelo Rodrigo. Seu sucessor, D Filipe II concedeu-lhe o título de Marquês e vice-rei de Portugal, algo que foi profundamente rejeitado pelos portugueses

Apesar da Restauração da Independência de Portugal em 1640, a aldeia de Castelo Rodrigo, continuava a viver em sobressalto com os espanhóis a tentarem a todo o custo reassumir o domínio perdido.

A 7 de Julho de 1664 ocorreu a Batalha da Salgadela. Uma força Espanhola de 5.000 homens sob o comando do Duque de Ossuna, forçou a sua entrada em território português pela fronteira da Beira, impondo o cerco à vila de Castelo Rodrigo que na altura apenas estava guarnecido com 150 homens.

Nas muralhas, massacrados pelas balas inimigas, os soldados portugueses corriam de um lado para o outro tentando iludir os espanhóis e dar a impressão de que o seu número era maior do que aquele que a triste realidade representava, rezando com fervor a Santa Maria de Aguiar, Padroeira do Concelho, e cujo convento se avista a curta distância

Reza a lenda que uma mulher, indiferente ao perigo e à algazarra, percorria o recinto perto do castelo apanhando as balas do chão oferecendo-as aos soldados portugueses que tanta falta lhes faziam. Os espanhóis, ao verem tal desplante, apontavam-lhe as armas e disparavam incansavelmente, mas, como por milagre, as balas caiam-lhe aos pés. A certo momento a senhora eleva-se no ar e desaparece no meio das nuvens.

Era Nossa Senhora de Aguiar, Padroeira de Castelo Rodrigo, que os tinha socorrido,

Anualmente, em Castelo Rodrigo, é recriado esta batalha com a população trajado a rigor. Foi uma das batalhas mais decisivas no período da Restauração e o sucesso português nesta região fronteiriça foi fulcral para a preservação de independência

 

O que visitar em Castelo Rodrigo

O Castelo de Castelo Rodrigo em Portugal

O Castelo  – Com o tratado de Alcanizes, em 1297, D. Dinis mandou reconstruir o seu castelo e a cintura amuralhada que era apoiada por torreões semicirculares. D. Fernando repara as muralhas após as lutas ásperas no reinado de D. João I e no século XVI D. Manuel reedifica a fortaleza.

Estava em avançado estado de degradação não só pelo tempo como também pela sua população que submetida à regência de Cristóvão Mouro o considerava símbolo do domínio espanhol e o arrasou.

No entanto, graças à sua admirável recuperação, em 1990, oferece agora uma autêntica viagem no tempo mal se passa pelas suas portas

Palácio de Cristóvão de Moura, Castelo Rodrigo, Portugal

Palácio de Cristóvão de Moura – A construção iniciou-se em 1590 no que seria a antiga alcáçova do castelo. Foi mandado construir por Cristóvão de Moura, vice-rei de Portugal por nomeação de D. Filipe II. No final do domínio filipino a população incendiou o palácio

Porta Principal do Castelo de Castelo Rodrigo, uma aldeia histórica em Portugal

Porta Principal do Castelo – Ladeado por dois torreões com os brasões reais, obra do reinado de D Dinis, tinha por cima da sua entrada um balcão com matacães (pequena varanda que permitia o tiro vertical sobre quem se aproximasse), de que ainda sobrevivem os apoios. Cristóvão de Moura acrescentou um frontão com brasão

Clock Tower in Castelo Rodrigo a historical village in Portugal

Torre do relógio – instalado num dos 13 antigos torreões a torre tem um relógio movido com pesos

Seteiras e Troeiras presentes no Castelo de Castelo Rodrigo

Seteiras e Troeiras – As seteiras eram pequenas frestas verticais para o tiro com arco. As troeiras permitiam o tiro com armas de fogo

O Pelourinho de Castelo Rodrigo em Portugal

Pelourinho – Testemunho do poder de Castelo Rodrigo com a atribuição do Foral por D. Manuel I é construído um Pelourinho de 5 degraus

A igreja de Nossa Senhora de Rocamador e a sua imagem de Santiago Mata-mouro em Castelo Rodrigo Portugal

A igreja de Nossa Senhora de Rocamador e a sua imagem de Santiago Mata-mouros – A Igreja Matriz de Castelo Rodrigo, de traça românica, tem como padroeira nossa Senhora de Rocamador. Igreja edificada no século XIII por uma confraria de frades hospitaleiros cuja função principal seria a de apoiar os romeiros que se dirigiam para Santiago de Compostela.

No interior da Igreja Matriz encontra-se a imagem de Santiago Matamouros pisando a figura dum guerreiro mouro.

Cisterna Medieval em Castelo Rodrigo, Portugal

Cisterna Medieval – Acredita-se que poderá ter sido uma antiga sinagoga. Com duas entradas, uma de estilo gótico outra árabe, davam acesso uma ao local de culto, e outra ao Mikvé que se destinaria a banhos litúrgicos. A destruição da sinagoga terá ocorrido aquando da expulsão dos judeus, ordenada por D. Manuel I, tendo sido reaproveitada posteriormente para cisterna/reservatório de água.

Cadeira do Rei: Um assento escavado na rocha

Adega de Castelo Rodrigo: Uma das mais modernas e dinâmicas adegas da região. Produz um vinho único no mundo feito a partir de uvas brancas e a partir das quais adquire uma curiosa coloração rosa-salmão.

O que Saborear

O que saborear em Castelo Rodrigo, Portugal

Borrego da Marofa – Criado na serra da Marofa adquire um sabor singular. Experimente também os enchidos locais, em especial a chouriça de ossos

Amêndoas Doces -  Vendidas no Sabores da Geninha e Sabores do Castelo. Castelo Rodrigo Portgal

Amêndoas Doces –  Vendidas no Sabores da Geninha e Sabores do Castelo

Cantinho Café Cerveja artesanal

Cantinho Café – Cerveja artesanal

Aldeias históricas by Ana Almeida - A  Lenda de Orfa A  Lenda de Orfa  – Reza a lenda que o nome Serra da Marofa advém de um cavaleiro cristão que se enamorou pela filha de um judeu rico, refugiado em Castelo Rodrigo, de seu nome Orfa . Acabou por dar nome à serra, uma vez que o cavaleiro afirmava que ia ”amar Orfa” o que resultou em Marofa

Coat of arms of Castelo Rodrigo, Portugal

Esperamos que tenha gostada de visitar Castelo Rodrigo. Até breve

Trancoso

A aldeia histórica de Trancoso em Portugal

Sobre Trancoso

A aldeia de Trancoso é uma aula de história em pedra.

É uma das principais aldeias de Portugal medieval. A sua posição estratégica foi fundamental para a preservação da independência nacional e manutenção das fronteiras.

Pertença de D. Chamôa Rodrigues, em 960, foi alvo de constantes disputas entre exércitos cristãos e muçulmanos, e nas décadas seguintes, entre portugal e os reinos vizinhos. Conquistada por D Afonso Henriques, em 1160, conheceu um período de grande desenvolvimento comercial e populacional pelo que D. Dinis mandou alargar o perímetro das muralhas. Foi aqui, em Trancoso, que D Dinis celebrou as suas bodas com a Rainha Santa, D. Isabel de Aragão, em 1282

Durante a crise dinástica que se sucedeu à morte de D. Fernando Trancoso foi palco do confronto entre exércitos apoiantes do Mestre de Avis I e tropas castelhanas (Batalha de S Marcos). O exército português infligiu duras perdas às forças castelhanas, contribuindo em larga medida para a retumbante vitória de Aljubarrota

Com a instalação da inquisição em Portugal (1536) a vila de Trancoso, que albergava uma das mais numerosas comunidades Judaicas das Beiras, viveu momentos conturbados. Mais de 500 processos foram instaurados aos Cristãos- Novos de Trancoso, essencialmente por práticas de judaísmo

Trancoso pertence à rede de Aldeias Históricas, uma aldeia de grande beleza enaltecida pelas suas ruas bordadas com hortênsias em flor e simpatia da sua gente. Uma terra que parece brotar artistas como é o caso de Gonçalo Anes, mais conhecido como o Bandarra e a pintora Eduarda Lapa.

 

O que visitar em Trancoso

O castelo de Trancoso, Portugal

O Castelo – Foraleza anterior à nacionalidade foi reforçada por D. Dinis que mandou acrescentar-lhe cinco torres ameadas. A cerca de muralhas foi restaurada em 1173, 1282, 1530 e 1940

Torre de menagem de Trancoso

Torre de menagem – Torre moçárabe, já referida em 961, foi depois incorporada no recinto do castelo passando a desempenhar a função de torre de menagem

Muralhas do castelo de Trancoso

Muralhas – Inclui 5 torres de planta rectangular, coroadas por parapeitos com ameias pentagonais. A sexta torre, voltada a leste, de planta quadrada não ameada corresponde na realidade à capela mor da muito arruinada Capela de Invocação a Santa Maria Madalena

Inscriptions left by the men who built the castle of Trancos

Descubra as várias inscrições deixadas pelos homens que construíram este castelo. A sua assinatura talhada em pedra

A Judiaria e a Casa do Gato Preto em Trancoso, Portugal

A Judiaria e a Casa do Gato Preto – A Casa do Gato Preto, também conhecida por Casa do Leão de Judá, é um dos maiores legados do património material judaico de Trancoso. Antiga sinagoga e residência do rabino apresenta na sua fachada várias representações sendo uma delas identificada como o Leão de Judá, símbolo de uma das tribos de Israel. Poderá saber mais no Centro de Interpretação Judaico Isaac Cardoso, instalado no núcleo da antiga judiaria. Alberga uma réplica de uma sinagoga sefardita que todos podem usufruir

 

O antigo quartel-general de Beresford em Trancoso

O antigo quartel-general de Beresford – Foi em Trancoso, em 1809, que o General Beresford montou quartel general enquanto esteve em Portugal como aliado contra as invasões napoleónicas. Utilizou para tal esta casa do século XIV e foi posteriormente agraciado com o título de Conde de Trancoso

Porta d'El Rei em Trancoso

Porta d’El Rei  – A Porta d’ El Rei, assim chamada por ser por onde os reis entravam na vila vindos de Lisboa ou Coimbra. Apresenta o brasão com as armas reais e concelhias

Capela de S. Bartolomeu Foi aqui que D. Dinis celebrou o seu matrimónio com Isabel de Aragão

Capela de São Bartolomeu – A imponente Porta d’El Rei é a entrada principal nas muralhas e também uma homenagem a D. Dinis que aqui celebrou o seu matrimónio com Isabel de Aragão, em 1282, na Ermida de São Bartolomeu.

D. Dinis ofereceu a vila à Rainha Santa, em dote, e instituiu a feira franca, na origem da grande Feira de Trancoso que ainda acontece a partir de 15 de Agosto, dia da padroeira Nossa Senhora da Fresta.

Feira de Trancoso – “A mais antiga feira do País” é a feira de de S Bartolomeu, que ocorre anualmente em Agosto. Já mencionada no auto de Mofina Mendes de Gil Vicente “Vou-me à feira de Trancoso. Logo nome de Jesu. E farei dinheiro grosso, de que este azeite render”

Até lá pode visitar o mercado semanal que ocorre todas as sextas feiras de manhã

Padre Costa o Povoador de Trancoso

Padre Costa – O Padre Costa, Prior de Trancoso, é acusado de ser pai de 299 filhos concebidos em 53 mulheres. Inicialmente sentenciado a ser degradado e arrastado pelas ruas preso a cavalos foi depois perdoado, alegadamente por D. João II, que o viu como o Povoador das Beiras

Bandarra, Poeta, profecta e sapateiro de Trancoso

Bandarra – Bandarra, de seu nome Gonçalo Anes nasceu em Trancoso no século XVI. Poeta, profeta e sapateiro usava os acontecimentos da terra e do País para versejar e profetizar.

Deu-se um caso que um almocreve trouxe um par de botas para arranjar. Ao querer pagar, Bandarra não quis cobrar e profetizou os seguintes versos: “Irás e virás e na praça me acharás, meio dentro, meio fora e então me pagarás.” Anos mais tarde o almocreve regressou no dia em que os sinos anunciavam a morte do sapateiro. Encontrou o defunto meio dentro  meio fora da igreja por não ter dinheiro para pagar o funeral. Compreendeu então o vaticínio e pagou as despesas do enterro. O seu túmulo encontra-se na igreja de São Pedro

Viste a Casa Bandara e conheça um pouco mais da sua vida e profecias.

 

O que Saborear

 

Casa Prista -Uma casa que desde 1917 se dedica ao comércio e transformação das melhores carnes, frutas e legumes.

Casa Prista –Uma casa que desde 1917 se dedica ao comércio e transformação das melhores carnes, frutas e legumes.

Sardinhas Doces de Trancoso

Sardinhas Doces – Doce de origem conventual é feito com massa tenra, pincelada com chocolate e recheada com amêndoas, ovos e açúcar. A forma de uma sardinha numa terra que não tem ligação ao mar é explicado pelo facto que muitas das freiras vinham do litoral para a Beira e mitigavam as saudades que tinham do mar criando estas formas.

 

Aldeia histórica de Trancoso

Esperamos por si na próxima aldeia histórica

Sortelha

Aldeia histórica de Sortelha em Portugal

 

Sobre Sortelha

Sortelha é um pequeno povoado que manteve a sua traça medieval patente nas suas ruas sinuosas e estreitas.

Entalado por entre grandes rochas, o Casario em granito com mais de 800 anos é testemunhos da vivência dos seus antigos habitantes carinhosamente apelidadas de “lagartixos”. Sortelha prima pela sua autenticidade e primor na sua recuperação. Uma aldeia histórica cativante, parada no tempo, que merece, sem dúvida, a sua visita

Devido à proximidade de Sortelha com o vizinho reino de Castela D Sancho II incentivou o seu repovoamento em 1228. Desta data é provável a construção do castelo. A cerca da muralha foi mandada reforçar por D. Dinis no século XIII. Um século depois D. Fernando mandou construir a segunda cerca. Em 1510 D. Manuel I renovou o foral mencionando que os seus habitantes não eram obrigados a dar hospedaria a “grandes e pequenos” do reino

 

 Sortelha, o que visitar

 

O Castelo de Sortelha em Portugal

O Castelo de Sortelha – No topo de um impressionante levantamento granítico o Castelo de Sortelha desempenhou um papel estratégico nas operações militares da Guerra da Restauração e nas Guerras Peninsulares. Era o último refúgio da população em caso de ataque, pelo que se erguia num ponto alto e de fácil defesa. É de estilo românico e gótico com intervenções manuelinas.

Matacães do Castelo da Sortelha, Portugal

Matacães – Sobre a porta de entrada do Castelo de Sortelha vemos uma varanda com matacães, que permitia alvejar de cima o inimigo que se aproximasse.

Torre de Menagem e Cisterna em Sortelha, Portugal

Torre de Menagem e Cisterna – Instalada sobre um penhasco que ocupa cerca de metade do terreiro. De forma quadrangular encontra-se adoçada à muralha do lado noroeste e o seu acesso era feito por uma escada de madeira que podia ser retirada para dificultar a entrada de atacantes.

No solo do recinto interior está a cisterna que fornecia água necessária em caso de cerco

Cerca da Vila de Sortelha

Cerca da Vila – Tem um traçado ovalado e irregular. Há quatro portas reais e duas falsas. Na ombreira direita da Porta Nova estão gravadas as medidas padrão: a vara(110 cm) e o côvado (66 cm), um indício da feira medieval próxima

Porta da Traição do Castelo de Sortelha em Portugal

Porta da Traição – Colocada num ponto pouco visível, permitia a chegada de reforços de forma discreta, ou, em último caso, a fuga dos moradores

Antiga Casa da Câmara e Cadeia na Sortelha Portugal

Antiga Casa da Câmara e Cadeia – Fica situada no Largo do Pelourinho e a sua construção remonta ao século XVI. Uma construção de 2 pisos em que no piso inferior, embutido na muralha, funcionava a cadeia e no piso superior inicialmente a Câmara e posteriormente a escola primária

Pelourinho – Com traça manuelina ergue-se no sopé do castelo. Assenta sobre 6 degraus

Jardim do Anel na Aldeia Histórica da Sortelha

Jardim do Anel – Um pequeno jardim a seguir ao largo do Pelourinho com várias peças esculpidas entre elas um elefante e claro está, um anel. O nome Sortelha deriva da palavra castelhana “sortija”, que significa anel. Associa-se esta designação ao jogo em que cavaleiros tinham de fazer com que as setas passassem no centro de um anel.

Igreja Matriz da Sortelha em Portugal

Igreja Matriz – Erguida no centro do povoado a Igreja de Nossa Senhora das Neves apresenta na porta a inscrição do ano de 1573. Tem 5 altares sendo o altar mor de talha. O tecto é mudjar

Peças de artesanato em bracejo, Sortelha

Artesanato – Peças de artesanato em bracejo, uma palha verde que permite ser trabalhada com o auxílio de ráfia para fazer cestos, chapéus, bases e vassouras.

Cabeça de Velha na Sortelha em Portugal

Cabeça de Velha – Uma formação granítica desgastada pelo vento e chuva adquiriu uma forma curiosa semelhante a uma fisionomia de uma velha.

Sobre a Lenda do Beijo sem Fim, em Sortelha em Portugal

Sobre a Lenda do Beijo sem Fim – Reza a lenda que a filha do Alcaide de Sortelha ter-se-à apaixonado pelo príncipe mouro responsável pelo cerco do castelo. Desconfiada, a mãe sempre vigilante seguiu a filha. Praticante de bruxarias, assim que os dois se beijaram, amaldiçoou-os, transformando-os em pedra. Surgiram, assim, os curiosos penedos de Sortelha, que até hoje são conhecidos como as Pedras do Beijo Eterno.

Torre Sineira de Sortelha

Torre Sineira – Torre Sineira, implantada no topo de um penedo fora de muralhas. É uma construção arcaica, a que se acede por uma escadaria, em que muitos dos seus degraus são talhados na rocha

A aldeia histórica de Sortelha em Portugal

Uma aldeia encantadora muito bem mantida, não acha?

Marialva

Aldeia histórica de Marialva em Portugal

Sobre Marialva

Foi uma aldeia com alguma relevância durante o período romano.

Em 1179, recebeu o foral de D. Afonso Henriques e o privilégio de ser governada apenas por um senhor- o próprio rei. Como várias vilas da região prosperou no século XIII sendo atribuído a carta de feira por D. Dinis em 1286.

O projecto de Aldeias Históricas de Portugal tem como objectivo, entre outros, que as aldeias que dele fazem parte sejam visitáveis e também habitáveis. São um exemplo disso o empreendimento Casas do Côro, um boutique hotel, vilas e spa que recuperaram muitas das casas de Marialva. Mantiveram o traço e encanto que caracteriza estas aldeias beirãs enquanto proporciona emprego a quem ainda lá habita.

Um local em que se saboreia o correr do tempo e das estações Se for no início do inverno apanha o varejar das oliveiras centenárias para a apanha a azeitona. Em finais de Fevereiro encontrará as amendoeiras em flor, Setembro as vindimas.

Um oásis de descanso e tranquilidade.

O que visitar em Marialva

Castelo de Marialva em Portugal

Castelo de Marialva – De estilo romântico foi mandado construir no século XII ou no início do Século XIII integrado no esforço de defesa das novas fronteiras do reino

Torre de menagem do Castelo de Marialva, em Portugal

Torre de Menagem – Tem planta rectangular e terá sido acrescentada ao castelo no século XIII. Servia não só como torre de vigia como acomodação de visitantes

Porta do Anjo da Guarda ou de S. Miguel na aldeia histórica de Marialva in Portugal

Porta do Anjo da Guarda ou de S. Miguel – Dá acesso ao interior das muralhas. Aí encontra o nicho com o anjo da guarda assim como a gravação das medidas utilizadas (da vara, do cõvado e do palmo)

The Castle wall of Mariala's Castle in Portugal

Muralha – Está implantada a meia encosta acompanhando a própria topografia

Pelourinho e antiga Casa da Câmara em Marialva, Portugal

Pelourinho e antiga Casa da Câmara – O Pelourinho é uma obra do século XVI, em estilo manuelino. Obedece a uma das mais difundidas tipologias da época – a do tipo gaiola. Era símbolo de autonomia judicial.

Por detrás, a antiga Casa da Câmara serviu também de tribunal e, nos séculos XIX e XX, como escola primária.

Santiago Church or Parish Church in Marialva, Portugal

Igreja de Santiago ou Igreja Matriz – Sucedendo a um templo medieval, o actual edifício, datado de 1585, resulta de uma reconstrução em estilo maneirista

Capela de Misericórdia ou de Nosso Senhor dos Passos em Marialva Portugal

Capela de Misericórdia ou de Nosso Senhor dos Passos – De estilo maneirista tem um púlpito exterior de forma a acolher o maior número de fiéis. O seu retábulo de talha dourada é exuberante. Associada a este edifício, está o cemitério de Marialva

Antiga rota de peregrinos, Marialva ainda celebra no dia do Apóstolo (25 de Julho) a feira anual de Santiago.

Capela Nossa Senhora de Lurdes e cruzeiro, em Marialva

Capela Nossa Senhora de Lurdes e Cruzeiro – Por detrás do cruzeiro do Século XV está a Capela de Nossa Senhora de Lurdes. Este templo era de S. João Baptista e foi edificado no século XVII.

O que Saborear
A Casa de Côro produz o seu próprio vinho.

Lenda de Marialva, pés de cabra by Ana Almeida

Lenda de Marialva, pés de cabra

Reza a lenda que Maria Alva, uma linda donzela moura que habitava no castelo conquistava todos que por ali passavam. Juravam-lhe juras de amor mas ela apenas casaria com aquele que lhe oferecesse uns sapatos à medida. Muitos tentaram mas todos falharam. Um dia um cavaleiro vindo de outras paisagens encomendou os serviços a um sapateiro que engendrou o seguinte esquema: convenceu a criada de Maria Alva a espalhar farinha aos pés da cama da dama, de forma a fixar a marca dos seus pés. Assim aconteceu. Para sua surpresa, o sapateiro, ao ver as marcas deixadas na farinha, percebeu que Maria Alva nascera com… pés de cabra. Mesmo sabendo deste facto, o cavaleiro perdido de amor, entregou os sapatos feitos a Maria Alva. Esta, transtornada pela vergonha, atirou-se para a morte da torre do Castelo da aldeia, dando assim o nome à aldeia: Marialva.

Monsanto

A aldeia histórica de Monsanto em Portugal

Sobre Monsanto

Uma aldeia única. Ganhou o prémio da “Aldeia mais Portuguesa”, em 1938, pela autenticidade da sua cultura

A aldeia de Monsanto está cravada na encosta de uma grande elevação escarpada. Chegar ao topo implica serpentear por entre ruelas íngremes, desenhadas por casas de pedra embutidas em rochas. Em alguns casos um único bloco de pedra forma o telhado, razão por que aqui se diz que as casas são “de uma só telha”

Monsanto foi integrado na coroa portuguesa no reinado de D. Afonso Henriques e  doado à Ordem do Templo em 1165. Elevado e inacessível o seu castelo foi mandado construir por Gualdim Pais e tem a particularidade de nunca ter sido conquistado. D. Dinis atribuiu-lhe carta de feira em 1308.

 

O que visitar em Monsanto

 

Castelo de Monsanto em Portugal

Castelo de Monsanto – O castelo que a Ordem do Templo aqui construiu foi projectado conforme o modelo da época para pequenas fortificações. Consiste num pátio muralhado de uma só porta a meio da cerca. A torre de menagem na zona mais alta permite o tiro por cima da cerca.

Em 1815, a torre de menagem entretanto convertida em paiol, explodiu.

Porta da Traição em Monsanto, Portugal

Porta da Traição – Trata-se de uma porta oculta e frequentemente pequena, destinada a permitir sortidas sobre o inimigo em caso de cerco

Capela de Santa Maria do Castelo, Monsanto em Portugal

Capela de Santa Maria do Castelo – Templo singelo, datável do século XVIII, composto por uma nave e capela-mor

Ruínas do povoado e Igreja de S. Miguel em Monsanto, Portugal

Ruínas do povoado e Igreja de S. Miguel – O Castelo foi erguido no ponto mais alto pela Ordem Templária. As regras do Ordem impunham a separação entre os freires e a população. Assim a população ocupou uma área mais abrigada onde hoje se situa a Igreja de S. Miguel

A Igreja de S. Miguel é um pequeno templo de nave única, de estilo romântico

Necrópole de São Miguel em Monsanto

Necrópole de São Miguel – Sepulturas escavadas na formação rochosa, umas anteriores à construção da Capela outras encontram-se inseridas na mesma

Torre do Pião, embora já em ruínas encontra-se altivo na sua posição sobranceira ao aglomerado de S. Miguel

Torre do Relógio de Lucano com o Galo, prémio da Aldeia mais Portuguesa

Torre do Relógio de Lucano – Era uma torre defensiva, com bom campo de visão para a zona a ocidente da aldeia. No topo está colocado a réplica do galo de prata, prémio conquistado no concurso da “Aldeia mais Portuguesa” (1938).

Pelourinho – Ergue-se na praça principal de Monsanto

As furdas, mais conhecidas como pocilgas

Furdas – As furdas, mais conhecidas como pocilgas, por motivos de saúde público foram reunidas num só local. Um abrigo, normalmente de forma circular, coberto de terra com uma porta que dá para um pátio murado. O porco representava uma fonte de alimento de longa duração e a sua matança era uma importante tarefa doméstica, dando lugar a um ritual anual festivo familiar

Gruta em Monsanto

Gruta  – Este abrigo, anteriormente uma furda, hoje pitoresco ponto turístico, resulta de espaço livre na base de vários penedos

Casa de Fernando Namora – Fernando Namora nasceu a 15 de Abril de 1919 em Condeixa-a-Nova, no distrito de Coimbra. Licenciado em Medicina em 1942, foi porém como escritor que se celebrizou. Em 1944, a profissão levou-o para Monsanto, onde viveu numa casa que se conserva até aos nossos dias: um edifício datado de 1931, de fachada em pedra, conforme a arquitectura da região

Igreja Matriz de S. Salvador em Monsanto, Portugal

Igreja Matriz de S. Salvador – Fica à entrada de aldeia de Monsanto e é de construção modesta

Marafonas - As bonecas Marafonas fazem parte da cultura de Monsanto

Marafonas – Estas bonecas de trapos são símbolos de Monsanto. A armação é uma cruz de madeira, enrolada em tecido com vestidos por cima. Diz a sabedoria popular que esta boneca, sem olhos, ouvidos ou boca deve ser colocada debaixo do leito conjugal para promover a fertilidade e boa sorte e em cima da cama para afastar as trovoadas

O que Saborear

Bica de azeite, um doce tradicional de Monsanto

Bica de azeite – O seu formato achatado denota as suas raízes judaicas. Um pão típico da região da Beira baixa, feito com azeite. Pode adquiri-lo na Loja Mais Portuguesa, fundada em 1954, em Monsanto.

Pastel de Cereja – É uma especialidade regional feita com as cerejas do Fundão

Lenda
Reza a lenda que após um cerco de 7 anos a Monsanto, e já com escassos alimentos, a filha do chefe da aldeia subiu às muralhas e gritou que não se renderia porque ainda tinham muita comida. Como prova atirou uma bezerra alimentada com o trigo que restava. Cansado de tanto esperar e ante a possibilidade de o cerco continuar por tempo indefinido, o chefe inimigo mandou as tropas retirar

A 3 de Maio, dia de Santa Cruz, do cimo do Castelo, atira-se um pote de flores recriando esta lenda.

Monsanto uma aldeia histórica em Portugal

Esperamos que tenha gostado de visitar a Aldeia Mais Portuguesa com holiday-active.com.

Idanha a Velha

Monsanto uma aldeia histórica em Portugal

Sobre Idanha a Velha

Em tempos remotos Idanha foi Egitânia e desempenhou um papel fundamental durante a ocupação romana da Península Ibérica. No período suevo e visigótico, foi sede de bispado e funcionou como pólo religioso até à ocupação muçulmana. A sede episcopal só foi transferida para a Guarda em 1199. Uma vez integrada no reino de Portugal foi entregue à Ordem dos Templários

A riqueza do seu património arqueológico explica-se pela sobreposição de ocupações. O seu isolamento permitiu preservar vestígios arquitectónicos e materiais

O ritmo calmo e pacato da Aldeia histórica de Idanha-a-Velha leva-nos a saborear o momento: Descansar à sombra da grande amoreira e trocar duas palavras com os seus habitantes; seguir o voo desenfreado das andorinhas e contar os ninhos de cegonhas instaladas na casa algo excêntrica ,da família Marrocos.

Idanha-a-Velha é um testemunho do tempo, em que tudo tem o seu tempo

 

O que visitar em Idanha a Velha

Sé Catedral - Igreja de Santa Maria em Idanha a Velha Portugal

Sé Catedral – Igreja de Santa Maria – De Planta rectangular, com 2 eixos ortogonais. A maior parte da Sé actual corresponde ao registo quinhentista. A inscrição com o ano 1593 valida essa datação.

No século XIX perdeu a função de culto e foi transformada em cemitério.

Ruínas do Paço dos Bispos em Idanha a Velha, Portugal

Ruínas do Paço dos Bispos – Não há certezas sobre a natureza destas ruínas que circundam a Sé. Poderão ser parte do Paço Episcopal ou de habitações de época posterior, embora ainda medieval

Baptistério – Paleocristão, do século VI é o mais antigo da Península Ibérica

Registos Romanos e Visigóticos – As escavações arqueológicas revelam a presença de romanos e visigodos. Uma rara moeda do Rei Rodrigo é o tesouro mais impressionante deste espólio

Numa epígrafe datada de 16 a.C. conta que Quintus Tallius, cidadão da Emerita Augusta, deu um relógio aos Igeditanos. Segundo a lenda do relógio de sol, a intenção era impedir que estes continuassem a chegar atrasados ao trabalho.

lagar de varas (Azeite) em Idanha a Velha in Portugal

Lagar de Varas – Deverá remontar ao século XIX e funcionava com força animal. Composto por uma pia de granito para a moagem, tulhas para guardar a azeitona, prensas que espremiam a massa, um sulco e câmara de decantação

Arquivo epigráfico Egitaniense – As sucessivas campanhas arqueológicas produziram uma das mais impressionantes colecções epigráficas portuguesas, reunidas neste pólo museológico

Pelourinho e Igreja Matriz em Idanha a Velha

Pelourinho e Igreja Matriz – A Igreja Matriz, outrora antiga Misericórdia, tem na sua fachada uma porta com arco de volta perfeita com uma Cruz de Tau. As molduras do portal estão decoradas com elementos geométricos e vegetalistas

Ponte Velha sobre o Rio Ponsul em Idanha a Velha

Ponte Velha – A Ponte Velha que atravessa o rio Ponsul é de origem romana mas com várias reformas medievais e modernas. É uma obra em cantaria granítica. A esta ponte chegaria a via que ligava Mérida a Braga.

Capela de S. Dâmaso em Idanha a velha

Capela de S. Dâmaso – Segundo tradição local a Capela de S Dâmaso foi construída no local onde nasceu o seu padroeiro, Papa de origem hispânica do século IV

Poldras sobre o Rio Ponsul em idanha a velha

Poldras sobre o Rio Ponsul – A Travessia do curso de água do rio Ponsul era feita por um sistema de poldras, blocos de pedra fincadas verticalmente no leito, permitindo vencer a água e a corrente, saltando de bloco em bloco até à margem contrária

Adufe

Adufe – Este instrumento musical construído em madeira, pele e decorado com fitas coloridas pode ser ouvido pelas ruas de Idanha-a-velha

 

O que Saborear

Pão Casqueiro – Há ainda quem cozinhe este pão no forno comunitário de Idanha-a-Velha. Um pão típico feito com recurso à massa mãe, sem fermento industrial que se conserva por mais tempo. Da massa do dia reserva-se um bocado, “o crescente” para ser incorporado na próxima leva de massa a ser feita.

Idanha a velha, uma aldeia histórica em Portugal

E assim termia a nossa visita a Idanha-a-Velha, esperamos que tenha gostado.

Linhares da Beira

Linhares da Beira uma aldeia histórica de Portugal

 

Sobre Linhares da Beira

Povoado importante no sistema defensivo da bacia do Mondego e retaguarda das fortificações fronteiriças.

Linhares da Beira foi fundamental na consolidação do reino português nos séculos XII e XIII face aos reinos vizinhos e às investidas muçulmanas. Aliás, a meia-lua no seu brasão de armas estará associada a uma vitória sobre os cavaleiros do Crescente, ao passo que as cinco estrelas evocam a noite de 1189 em que Rodrigo Mendes, o alcaide de Linhares da Beira acorreu em defesa de seu irmão Gonçalo, alcaide de Celorico quando este se encontrava cercado pelos castelhanos, alcançando uma vitória retumbante sobre os vizinhos inimigos. Como costume da época, tal vitória foi logo comemorada com a edificação de uma capela.

Situada na encosta noroeste da Serra da Estrela, a 820 metros de altitude, a vila de Linhares da Beira é ideal para a prática de parapente. Uma aldeia carismática em que as ruas sinuosas entre formações rochosas e casas em granito são testemunhos de um legado ímpar.

 

O que visitar em Linhares da Beira

 

Castelo de Linhares da Beira em Portugal

Castelo de Linhares da Beira – Erguido durante o reinado de D. Dinis, o Castelo é composto por uma fortaleza e duas torres numa das quais ainda se encontra um relógio mecânico do século XVII com pêndulos de pedra.

A torre de menagem isolada no interior do recinto fortificado apresenta um balcão de matacães por cima da porta principal

Assente sobre afloramentos rochosos a muralha acompanha a morfologia do terreno.

Igreja de Nossa Senhora da Assunção em Linhares da Beira in Portugal

Igreja de Nossa Senhora da Assunção – De origem romântica, data do século XII. Foi objecto de remodelações por ordem de D. João II, época em que foi também dedicada a Nossa senhora da Assunção

O Forum de Linhares da Beira

Fórum – Esta invulgar construção em pedra era o local de reunião da assembleia de homens bons de Linhares. Aqui, antes de existir a Casa da Câmara, eram tomadas as decisões de carácter administrativo, legislativo e judicial com base do estipulado na carta de foral

Antiga Casa da Câmara e Pelourinho em Linhares da Beira in Portugal

Antiga Casa da Câmara e Pelourinho – Edifício de dois pisos ornamentado com as armas de D. Maria (1777-1816) ]. Nos tempos medievais terá funcionado como cadeia, como se comprova pela grade na janela inferior esquerda.

Defronte o Pelourinho.

Mercearia da Ti Amélia, Linhares da Beira em Portugal

Mercearia da Ti Amélia – Venda de produtos regionais como queijo da serra, azeite, enchidos e artesanato. A filha da Ti Amélia não só o faz sentir em casa como lhe dá a conhecer a vivência das suas gentes. A vida dura dos pastores, a produção do seu artesanato e produtos regionais e o dia a dia de uma aldeia que tende a envelhecer e a ficar cada vez mais desertificada.

O que Saborear
Visite o único restaurante da zona, a Cova da Loba, conhecida pela sua generosa garrafeira e menus de degustação

“Vestir a História”  by Carla Madeira

“Vestir a História”  by Carla Madeira é o nome da designer de uma colecção de chinelos que retrata as lendas das Aldeias Históricas

Linhares da Beira, uma aldeia histórica em Portugal

Esperamos que tenha gostando desta aldeia histórica. Vamos a outra?

Belmonte

Belmonte um aldeia histórica em Portugal

Sobre Belmonte

Terra natal de Pedro Álvares Cabral, navegador português responsável pela descoberta do Brasil

Belmonte integrava a linha defensiva que, antes da assinatura do Tratado de Alcanizes em 1297, protegia o Alto Côa. Depois da definição da fronteira o Castelo de Belmonte foi perdendo importância estratégica.

D. Afonso V doou o Castelo de Belmonte a Fernão Cabral para aí construir a sua residência. Pedro Álvares Cabral é o terceiro filho do alcaide-mor e foi nomeado pelo rei D. Manuel capitão da segunda armada com destino à Índia. Álvares Cabral descobriu as terras do Brasil depois de 43 dias de viagem.

Belmonte foi também a terra escolhida por um pequeno grupo de judeus sefarditas após D. Manuel ter promulgado a lei que ordenava os judeus portugueses a conversão ao cristianismo ou a expulsão do território. Aqui viveram mais de 5 séculos, e aqui deixaram o seu legado

Castelo de Belmonte in Portugal

Castelo de Belmonte – Da fortificação inicial subsiste a torre de menagem e parte da antiga alcaidaria conhecida como Paço dos Cabrais. Por volta de 1992 foi erguido um moderno anfiteatro ao ar livre, destinado à apresentação de espectáculos

Castle Window in Belmonte

Janela – Uma janela de estilo manuelino confirma a adaptação do castelo para residência da família Cabral

Cruz no exterior Castelo de Belmonte

Cruz  – Encontra-se à saída do castelo e é uma réplica da cruz de madeira de Pau Brasil que Pedro Álvares Cabral mandou erguer quando celebrou a primeira missa no Brasil. Foi oferecida por Juscelino de Oliveira, presidente brasileiro nos anos 50

Perto do Castelo de Belmonte encontrará duas pequenas capelas

Capela de Santo António Belmonte

A Capela de Santo António, provavelmente do Século XV, apresenta na sua fachada o brasão das famílias Queiroz, Gouveia e Cabral. No seu interior a imagem de Santo António proveniente do extinto convento franciscano de Nossa Senhora da Esperança, em Belmonte.

Capela do Calvário Belmonte

A Porta da Capela do Calvário está decorada com os instrumentos da Paixão de Cristo (escadas, lança, vara de vinagre, turquês, martelo e coroa de espinhos)

Igreja de Santiago e Panteão dos Cabrais

Igreja de Santiago e Panteão dos Cabrais – Construída no século XIII num dos caminhos de peregrinação a Santiago de Compostela. Com frescos seculares um dos quais Nossa Senhora da Esperança, a padroeira de Belmonte e a estátua de Pietá.

Contígua à Igreja de Santiago, o Panteão dos Cabrais

Discoveries Museum  in Belmonte in Portugal

Museu dos Descobrimentos – Instalado no Solar de Pedro Álvares Cabral, um espaço moderno e interactivo que homenageia e ajuda a contar a história da Descoberta do Brasil.

Eco museu do Zêzere

Eco museu do Zêzere – Acompanha o percurso do rio Zêzere, desde a nascente até à foz, descrevendo os vários elementos de fauna e flora que poderá encontrar em cada troço

Museu Judaico – Conta a vivência da comunidade judaica em Belmonte, abordando a sua história, religião e cultura.

Museu de Azeite em Belmonte

Museu de Azeite – Este museu procura dar a conhecer ao visitante as técnicas da produção do Azeite e a importância que este teve na economia local.

Cantinho de Santiago em Belmonte

Cantinho de Santiago  – Para fazer o burel, a lã depois de tecida no tear vai para o pisão. Uma máquina que bate e escalda o tecido para que este fique mais duro e apertado, dando-lhe assim maior resistência e tornando-o impermeável.

O burel, outrora muito utilizado em vestiário, sobretudo nos típicos capotes de pastores, teria desaparecido se não fosse reinventado por alguns artesãos e designers.

São artigos em burel que poderá encontrar no cantinho de Santiago, carinhosamente feitos pelas suas proprietárias

Lenda de Belmonte – Reza a lenda que foi neste castelo que o alcaide vira a sua filha morrer esmagada numa prensa de azeite nas mãos de mouros que cercavam Belmonte. Mesmo assim, ninguém se rendeu ao inimigo.

É precisamente a prensa a figura representada no Brasão da vila e na Igreja de Santiago

A história por detrás das cabras no brasão da família Cabral

Brasão dos Cabrais – A história por detrás das cabras no brasão da família Cabral

Consta que um pastor da Serra da Estrela teve um sonho que lhe ordenava: “ Vai a Belém e lá encontrarás o teu bem”. Decidido foi para Belém porém, quando lá chegou, nada encontrou.
Desencorajado regressou a casa. No caminho encontrou um almocreve e contou-lhe a sua história ao que o almocreve respondeu que também tinha sonhado com algo semelhante; que no sítio de Belmonte, no local onde a sua cabra amarela e a sua cria repousavam, encontraria uma cabra e um cabrito de ouro

Ao chegar a Belmonte, no local indicado, encontrou uma cabra e cabrito de ouro. Decidiu ir oferecer uma das peças ao rei, dizendo que tinha uma cabra ou cabrito para lhe oferecer, qual deles ele preferia. O monarca disse que queria o cabrito, que sempre era mais tenro. Quando viu que era de ouro, o rei disse-lhe que preferia antes a cabra. O pastor ofereceu-lhe também a cabra, explicando como as tinha em seu poder.

O rei, impressionado, disse-lhe que subisse ao monte onde encontrou o tesouro, e que lhe oferecia todas as terras que percorresse a cavalo num dia, a partir daí

Assim se fez o poder da Família Cabral e a razão pela qual ostentam 2 cabras no seu brasão

Biografia de Pedro Álvares Cabral

Biografia de Pedro Álvares Cabral

Pedro Álvares Cabral (1467-1520) nasceu no Castelo de Belmonte. Terceiro filho do alcaide-mor Fernão Cabral e Isabel de Gouveia de Queirós. Uma família nobre, famosa na sua luta contra os mouros e castelhanos.

Aos 12 anos foi enviado para a corte do rei D. Afonso V. Educou-se em humanidades e foi treinado para lutar e pegar em armas. Fez parte da guarda pessoal de D. João II, aperfeiçoou-se em cosmografia e estudou técnicas militares

Foi escolhido por D. Manuel I para comandar a armada que faria a segunda expedição à Índia, constituída por dez naus e três caravelas, a maior frota até então enviada ao Oriente.

Afastou-se bastante da costa africana, intencionalmente ou não, e a 22 de abril de 1500 avistou o que ele inicialmente achou tratar-se de uma grande ilha e à qual deu o nome de Vera Cruz. Cabral mandou Nicolau Coelho, capitão que havia viajado com Vasco da Gama à Índia, desembarcar e estabelecer contacto.
Tinha descoberto a América do Sul e reivindicou as terras, que mais tarde constituíram o Brasil, para o reino de Portugal

Cabral prosseguiu viagem para a Índia mas foram surpreendidos por uma tempestade resultando na perda de três naus e a caravela comandada por Bartolomeu Dias, o primeiro europeu a dobrar o Cabo da Boa Esperança em 1488

Cabral prosseguiu a sua viagem para o Oriente, onde, depois de ultrapassar algumas dificuldades, conseguiu estabelecer uma feitoria. Os árabes muçulmanos e indianos hindus com medo de perder o monopólio comercial atacaram de surpresa os portugueses.

Os portugueses ficaram indignados com o ataque à feitoria e com a morte de seus companheiros e atacaram 10 navios mercantes dos árabes ancorados no porto. Mataram cerca de 600 tripulantes. Considerando que a traição deveria ser punida de forma tão decisiva que os portugueses fossem temidos e respeitados no futuro.

Dos relatos da viagem de Vasco da Gama à Índia levaram o rei D. Manuel I a informar Cabral a respeito de outro porto, ao sul de Calecute, Cochim, onde também se poderiam estabelecer relações comerciais.

O governante de Cochim estava ansioso para conseguir a independência da cidade, que se encontrava subjugada Calecute, e os portugueses estavam dispostos a explorar a desunião indiana. Um acordo muito benéfico que resultou no estabelecimento de uma feitoria e comércio para a coroa portuguesa

Cabral chegou a Portugal em 21 de Julho de 1501, com os outros navios chegando durante os dias seguintes. Ao todo, dois navios voltaram vazios, cinco estavam completamente carregados e seis foram perdidos. Uma expedição deveras lucrativa para a coroa portuguesa.

Piódão

A Aldeia de Piodao em Portugal

Sobre Piódão

 

Piódão, a aldeia presépio, teima em manter-se escondido e foi esconderijo de muitos

Instalada sobre os socalcos que escalam a Serra do Açor, a aldeia medieval de Piodão integra-se harmoniosamente na paisagem com as suas casas de xisto, telhados de lousa e portadas de azul vivo.

O isolamento, devido a acessos difíceis, votaram Piodão um refúgio estratégico para salteadores como João Brandão, o Terror das Beiras e Zé do Telhado e o assassino de Inês de Castro, Diogo Lopes Pacheco

A primeira referência a Piodão como freguesia data de 1676, num pedido de autorização ao bispo de Coimbra para ali se construir uma igreja. No século XIX, o cónego Manuel Fernandes Nogueira fundou aqui um seminário para rapazes dando visibilidade ao território.

Visitar a aldeia é percorrer as ruas sinuosas e subir vielas entre paredes de xisto. E descansar por entre socalcos e deixar-se embalar pelo barulho de água a correr, provenientes de quedas de água ou fontes. Para os amantes de caminhadas há um sem número de percursos a explorar

O que visitar em Piódão

 

Igreja de Nossa Senhora da Conceição em Piodão, Portugal

Igreja de Nossa Senhora da Conceição – Construída no século XVII, beneficiou de obras de ampliação, remodelação e conservação nos séculos XIX e XX. É caracterizada por um frontão neobarroco com torres cilíndricas rematadas em cone

Museu de Piódão em Porugal

Museu de Piódão – Este museu abriga uma exposição permanente de artefatos e obras de arte, expondo o modo de vida das pessoas da vila

Capela de S Pedro – Do século XVI, apresenta fachada simples e uma pequena torre sineira. No interior a imagem de São Pedro

Eira – Em aldeias pequenas era usual partilhar os equipamentos necessários no seu dia a dia como os fornos, eiras e sistemas de rega. A eira do Piodão encontra-se no cimo da povoação e era utilizada para malhar as colheitas como cereais e leguminosas.

O que Saborear

Pecados de Piódão- uma broa feita com batata doce

Chanfana – Como manda a tradição: o bucho é recheado com arroz e feito com vinho branco

A Aldeia histórica de Piódão, Portugal

E esta é a última das 12 Aldeias Históricas de Portugal. Esperamos que tenha gostado desta viagem e que estas informações sejam úteis na sua próxima viagem por Portugal

Um pouco de história

D. Dinis e D. Isabel de Aragão

D Dinis e D. Isabel de Aragão

D. Dinis (1261- 1325) reinou durante 46 anos e morreu com 63. Filho de Beatriz de Castela e casado com Isabel de Aragão, a Rainha Santa, foi pai de muitos filhos, mas apenas 2 legítimos.

Com o cognome de “O Lavrador” muito fez pelo desenvolvimento e prosperidade do país. Na agricultura mandou desbravar terras, secar regiões alagadas e proteger as terras das areias do mar mandado semear o famoso pinhal de Leiria. Decretou que os fidalgos não perdessem a nobreza por serem lavradores uma vez que até então os nobres apenas podiam se dedicar à carreira de armas por necessidade das lutas quase constantes em que se andava. Distribuiu as terras de modo a que não pertencessem apenas a alguns e fundou povoações tanto no litoral como no interior.

D. Dinis reformulou a arquitectura militar em grande escala, introduziu tácticas militares inovadoras tornando as fortificações aptas não só a defender como também a atacar.

Em 1297 celebrou o Tratado de Alcanizes, com o Rei de Castela, definindo as fronteiras actuais entre os 2 países ibéricos, estabelecendo a paz que foi consolidada com a combinação dos casamentos dos infantes Constança e Afonso, filhos de Dinis, com o rei Fernando IV de Castela e a infanta Beatriz, filhos da rainha regente, respectivamente.

Protegeu as actividades mineiras, promoveu a construção naval tanto para a pesca (iniciou entre nós a pesca do atum e da baleia) como para o comércio internacional, e criou a marinha Portuguesa. Procurou que se desenvolvessem as feiras e fundou a primeira universidade, primeiro em Lisboa, mas depois transferida para Coimbra. D Dinis, que tivera uma educação muito superior para a época, sabia a importância de dotar os seus súbditos de um nível de cultura e conhecimento mais elevado. Foi também D. Dinis que introduziu os textos em Português deixando estes de serem escritos em latim.

Pela sua integridade e sentido de justiça interveio como árbitro nas disputas entre os reis da Península. Conseguiu que o Papa criasse para Portugal a Ordem de Cristo com os bens da extinta Ordem dos Templários.

O seu alegado favoritismos por um dos seus filhos bastardos, Afonso Sanches, irá ensombrar os últimos dias da sua vida. D. Afonso, filho legítimo de D. Dins, revolta-se contra seu pai. O País entrou assim em Guerra Civil. As batalhas entre ambos não tiveram pior desfecho pelas intervenções de D. Isabel de Aragão. D. Dinis e o seu filho Afonso IV acabariam por fazer as pazes definitivas em 1324.

Como chegar

O nosso itinerário para visitar as 12 aldeias históricas

Rota das aldeias historicas

Visitámos as 11 aldeias históricas no decurso de 5 dias. Deixámos Piódão para trás não só porque já o tínhamos visitado quando da nossa ida à Serra da Estrela como por já ser muito afastado do nosso ponto de estadia

Optámos por partir de Lisboa visitando ao longo do caminho Castelo Novo e chegando a horas de nos instalar no nosso alojamento local Carya Tallaya – Casa de campo em Vale das Éguas. Uma escolha acertada não só pela centralidade perfeita para quem queria visitar todas as Aldeias Históricas como também pela beleza e conforto do local.

O nosso itinerário foi
1º dia – Lisboa – Castelo Novo – Vale das Éguas
2º dia – Sortelha – Belmonte
3º dia – Castelo Mendo – Almeida – Castelo Rodrigo
4º dia – Marialva – Trancoso – Linhares da Beira
5º dia – Monsanto – Idanha a Velha – Lisboa

Ambicioso mas a vontade era tanta, que não queiramos deixar nenhuma aldeia para trás.

Antes de partir não conseguimos priorizar as aldeias a visitar. Todas tinham a sua historia, caracteristicas únicas e encantos por descobrir e por isso só havia uma solução. Conhecer todas.

Agora, depois das conhecer, qual não valeria a pena ter visitado? Nenhuma. A que mais me encantou? Escolheria Sortelha, não só pela autêntica viagem no tempo e na história, pois todas proporcionam isso um pouco mas pelo ar cuidado e acarinhado; Linhares da Beira pela luz. Chegamos lá ao fim do dia e o entardecer foi mágico; Monsanto, as suas casas embutidas nas rochas são extraordinárias; Castelo Novo pelo entusiasmo do rapaz do Posto de Turismo e de trabalho admirável das artesãs que fazem as bonecas, criadas por Ana Almeida, que dão vida às lendas destas aldeias. Castelo Mendo pelas doces senhoras que nos ajudaram a descobrir Menda; e Trancoso, oxalá tivesse apanhado as hortenses em flor!

Veja aqui, o mapa com a localização das 12 Aldeias Históricas de Portugal

A caminho

Almeida
Belmonte
Castelo Mendo
Castelo Novo
Castelo Rodrigo
Idanha a Velha
Linhares da Beira
Marialva,
Monsanto
Piódão
Sortelha
Trancoso

O alojamento perfeito para ficar enquanto visita as aldeias históricas

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Onde ficar? As nossas sugestões

Carya Tallaya

Carya Tallaya

São quatro casas de campo localizadas no Vale das Éguas, a poucos quilómetros do Sabugal. T1 e T2 de grande conforto e bom gosto. Com grande atenção ao detalhe que se reflecte no atendimento e bem estar de quem visita este espaço e que já não o quer deixar

Casa da Cisterna | Castelo Rodrigo

Casa da Cisterna | Castelo Rodrigo

Situada no centro da aldeia histórica de Castelo Rodrigo este aconchegante hotel oferece 8 quartos e 2 suites. Respeitando a arquitectura da aldeia a Casa da Cisterna possui ainda um pátio com uma piscina fenomenal e vista sobre o vale. É um hotel que o faz sentir em casa.

Pedra Nova é um alojamento pet friendly emCastelo Novo

Pedra Nova | Castelo Novo

Situado em Castelo Novo esta antiga casa de família foi renovada disponibilizando quartos confortáveis, restaurante, bar, piscina exterior, camas de rede espalhadas pelo jardim bem cuidado, sauna e banho turco. Tudo o que precisa para relaxar

Casas do Côro | Marialva

Casas do Côro | Marialva

As Casas do Côro têm quartos, suites e vilas com uma decoração única, combinando características modernas com alguns detalhes e peças rústicos. A unidade possui uma grande piscina e um Eco Friendly Concept Spa, assim como várias opções de entretenimento minuciosamente preparadas

Um olhar sobre as Aldeias Históricas de Portugal