Elvas
Os Árabes deram-lhe o nome de “al- Bash” e marcas da sua presença ainda perduram, nos dias de hoje
Em 1166, foi conquistada aos mouros por D. Afonso Henriques, reconquistada novamente pelos mouros e só em 1229, com D Sancho II é que Elvas passa definitivamente para as mãos portuguêsas.
Após a grande reformulação das fortificações, pouco se alterou no interior das suas muralhas. Elvas ainda um cidade caracterizada pelas suas casas caiadas com bordadura amarela ou azul, ruas íngremes e empedradas e múltiplas igrejas e monumentos, testemunho da nossa cultura e história
Elvas é também prospera em agricultura, com uma paisagem caracterizada por sobreiros e oliveiras, sendo a produção de azeitonas, a sua principal sustentabilidade económica.
Mas o que mais distingue Elvas e levam tantos a visitá-la são as suas fortificações e estratégias militares delineadas que conseguiram defender Portugal das invasões Espanholas em 1658, 1711 and 1801
O que visitar em Elvas
Centro Histórico
Elvas: Cidade Quartel
Pela sua localização estratégica, na principal estrada/ fronteira natural com o país vizinho, desempenhou um papel fulcral nas lutas entre Espanha e Portugal e serviu de base ao General Wellington, durante as Guerras Napoleônicas, no início do séc. XIX.
Aqui se construiu a maior fortificação abaluartada do país. Matias de Albuquerque iniciou a adaptação da velha fortaleza, deixada ao abandono durante o tempo dos Filipes, numa estrutura defensiva militarmente mais eficaz. Mas foi com o jesuíta holandês Cosmander (1643) que as muralhas, com um perímetro de 10 km ganharam a forma de estrela, e fizeram de Elvas uma das maiores cidades quartel de guerra do mundo
As fortificações de Elvas são hoje Património Mundial: Constituído pelas, ainda visíveis em parte, muralhas islâmicas e medievais e pela cintura de muralhas criadas pelo holandês Cosmander (séc XVII), para além do Forte de Santa Luzia (séc. XVII), do Forte da Graça (séc. XVIII) e de 3 fortins do séc. XIX – São Mamede, São Pedro e São Domingos.
Igreja de Nossa Senhora da Assunção, antiga Sé de Elvas
A construção da igreja então chamada de Nossa Senhora da Praça foi iniciada em 1517 pelo arquiteto régio Francisco de Arruda, que trabalhava ao mesmo tempo no Aqueduto da Amoreira.
Um edifício majestoso, com aparência de fortaleza cujo o portal principal fora encomendado pelo Cardeal D. Henrique e desenhado por Miguel Arruda, filho de Francisco Arruda
Em 1570, com a criação do bispado de Elvas pelo Papa Pio V, a igreja de Nossa Senhora da Praça passou a Sé de Elvas, dedicada a Nossa Senhora da Assunção.
Sofreu várias alterações arquitectónicas sendo no entanto de salientar os azulejos que revestem o corpo da igreja, a capela mor em mármore de várias cores e o soberbo órgão situado no coro-alto
A igreja continuou a funcionar como Sé até 1881, quando perdeu a sua classificação episcopal e a sede do bispado foi transferida para Évora, passando a ser conhecida como Igreja de Nossa Senhora da Assunção
Praça da República
A Praça da República no centro histórico de Elvas, foi mandada construir no reinado de D. Manuel I por se considerar que a anterior era ”indigna” de uma povoação que tinha sido elevada a cidade
Nela encontrará a antiga Sé de Elvas, agora Igreja de Nossa Senhora da Assunção, e uma série de esplanadas, muito apreciadas nas noites quentes de verão.
Existe um parque de estacionamento subterrâneo que lhe facilita, em muito, a procura de lugar nestas ruas tão estreitas.
A Igreja das Domínicas
A Igreja das Domínicas, de planta octogonal, foi construída entre 1543 e 1557, no local onde existia a antiga Igreja de Santa Maria Madalena, da Ordem Templária, daí porventura a sua forma pouco comum.
A igreja fazia parte de um complexo conventual que foi demolido no início do séc. XX, grande parte já em ruína.
De destacar a sua porta renascentista, o revestimento interior em azulejos, a capela mor e as capelas laterais em talha dourada.
Suba ao seu miradouro e obtenha uma excelente vista do Centro Histórico da Cidade de Elvas.
Castelo de Elvas
O Castelo de Elvas foi inicialmente uma fortificação islâmica, reconstruída nos séculos XIII e XIV.
No topo do monte, avista-se a vasta planície alentejana assim como Forte de Santa Luzia e da Graça. Daqui se depreende o valor militar desta fortaleza e a razão pela qual a cidade de Elvas foi palco de tantos acontecimentos históricos
No seu interior existe um restaurante com uma simpática esplanada.
Casa das Barcas
Construído em 1703 para armazenar as barcas que seriam necessárias em operações militares para atravessar os rios Caia e Guadiana
Actualmente funciona como mercado municipal
Cemitério dos Ingleses
Um local ajardinado que contém as 4 sepulturas dos soldados ingleses que perderam a vida durante a Guerra Peninsular. Por serem anglicanos não foram sepultados nos cemitérios da cidade.
Aqueduto de Elvas
O Aqueduto da Amoreira mais conhecido como o Aqueduto de Elvas não passa despercebido nem ao mais despistado dos visitantes. Com uma extensão de 7km e 843 arcos, o grandioso Aqueduto, é um símbolo inegável de Elvas.
Construído por Francisco Arruda, arquitecto da Torre de Belém, em 1537, para abastecer água à cidade de Elvas.
Para que houvesse uma eficácia militar foi também construída uma cisterna para armazenar, o equivalente, de forma racionada, a quatro meses de abastecimento de água a povoação, caso a cidade fosse cercada
Fortificações
O Forte de Santa Luzia
O Forte de Santa Luzia começou a ser construído em 1641 tendo em conta a Guerra da Restauração entre Portugal e Espanha. É um dos melhores e mais genuínos exemplos de arte de fortificar europeia. Jan Ciermans (João Cosmander) e Gillot foram os responsáveis por impor a traça do forte, garantindo o valor estratégico da cidade
O Forte de Nossa Senhora da Graça
O Forte de Nossa Senhora da Graça, também conhecido por Forte Conde de Lippe, integrava a defesa da Praça-forte de Elvas, que complementava.
O Forte da Graça é considerada, por muitos, como uma das mais poderosas fortalezas abaluartadas do mundo.
Situado no alto do monte onde anteriormente se erguia a ermida de Nossa Senhora da Graça, fundada pela bisavó de Vasco da Gama.
Uma posição estratégica escolhida por esta ter sido ocupada por tropas espanholas no contexto da Guerra da Restauração e que muito caro custou a Portugal durante o cerco a Elvas (1658-1659).
Foi construído pelo Conde de Schaumbourg-Lippe em 1763, sob o reinado de D. José I, a pedido do Marquês de Pombal. Demorou 29 anos a ficar concluído e necessitou de seis mil homens e quatro mil animais para o construir
Tem uma potência inigualável de 144 bocas de fogo e subsisitiu a vários ataques inimigos nos anos seguintes
Em 1856 foi criado no forte uma companhia de correção e em 1894 um depósito disciplinar onde estiveram vários presos políticos até 1975
O que saborear
Saboreie as Ameixas de Elvas e a Sericaia, um doce conventual secular desta região
Personalidades ligadas a Elvas
Cosmander
Retrato de Joannes Cieremans presente no Museu Militar do Forte de Santa Luzia em Elvas.
Jan Ciermans mais conhecido por Cosmander, era um dos mais competentes engenheiros militares no âmbito da arte de fortificar
Nasceu a 7 de Abril de 1602 na Holanda. Educado num Colégio dos Jesuítas formou-se em filosofia, teologia e matemática e foi ordenado.
Em 1641 passa por Lisboa com o objectivo de seguir para o Oriente como missionário.
De visita à corte, impressionou o rei D. João IV, com os seus conhecimentos matemáticos e engenharia militar e foi por este contratado para o posto de Coronel de Engenheiros do Exército Português
Trata-se do período do início da Restauração com a iminência constante de uma invasão espanhola.Era assim de primazia adaptar e reforçar as fortalezas existentes. Muita da arte de fortificar moderna estava a cargo de estrangeiros como Charles Lassart e o facto de Cosmander ter tido ligações prévias com os Espanhóis em nada dissuadiu o Rei.
As técnicas holandesas de engenharia militar, aplicadas por Cosmander estão patentes nas fortificações alentejanas de Estremoz, Vila Viçosa, Olivença, Elvas, Campo Maior e Castelo de Vide.
Em 1647, Cosmander foi capturado pelo exército espanhol e ao fim de um ano e meio de detenção decidiu livremente passar para o lado espanhol, fazendo parte das forças militares que em 1648 cercaram Olivença, fortaleza que ele muito bem conhecia, e onde viria a pagar com a própria vida
Elvas fica a cerca de 200km de Lisboa. O acesso é bom, e de carro, em apenas 2h30 chegará ao seu destino. É um passeio muito agradável por isso aproveite para ficar mais que um dia, e visitar o Alentejo. Não se arrependerá
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O Alojamento perfeito para ficar em Elvas
O que visitar em Elvas? As nossas sugestões
Casa da Ermida de Santa Catarina
Situada na margem da albufeira do Caia é composta por seis quartos duplos alugados individualmente, uma enorme suíte no piso superior. A sala de estar partilhada tem uma parede de vidro e portas que se abrem para um alpendre mobiliado com vistas deslumbrantes para o lago.
A Casa está rodeada de oliveiras e há convidativas camas à beira da água. Ideal para passeios pedestres ou de caiaques e deliciosos picnics numa das ilhas
Casa d’Olivença
Localizado no centro histórico da cidade este alojamento oferece quartos espaçosos com casa de banho privativa, diversas e acolhedoras áreas de estar, uma piscina e um adorável terraço
Não são permitidos animais de estimação
Casa do Forte
Unidades incluem um pátio, uma casa de banho privativa, uma piscina e um restaurante com deliciosa comida alentejana
São permitidos animais de estimação
Travassos 11
Com uma localização central, o Travassos 11, é um palácio do século XVIII restaurado com quartos espaçosos, um terraço para banhos de sol e piscina. Mantém a memória dos tempos passados nos azulejos, nos tectos, nas portadas de madeira e na decoração do piso térreo, enquanto o piso superior assume uma decoração contemporânea.
O que visitar em Elvas, a Cidade Quartel